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Corrida do Centenário de José Craveirinha organizada pela Fundação Lurdes Mutola

Foi ontem lançada, em Maputo, a corrida do Centenário de José Craveirinha. Organizada pela Fundação Lurdes Mutola, a prova de cinco quilómetros realizar-se-á a 16 de Julho e vai começar e desaguar na Praça da Independência.

Homem real de “Grito Negro” com reflexo a carvão, esse é jovem Craveirinha. O homem que emprestou o seu talento com a arte na mão e assumiu “eu sou o carvão”. Carvão ardente que a sua chama não mais se apagou. Aliás, apagou-se a alma do escritor, mas ele sempre ficará eternizado.

É aqui onde há mote para a celebração do seu centenário a dobrar. A menina de ouro, influenciada pelo primeiro moçambicano a vencer o Prémio Camões e que a desviou do futebol para o atletismo, modalidade em que viria a brilhar e tornar-se campeã olímpica, Lurdes Mutola não quis deixar passar este momento para evocar ao poeta-mor.

Quero homenagear o meu pai José Craveirinha”, declara, radiante, a oitocentista e campeã olímpica dos 800 metros.

A prova de 5 km, a ser realizada no dia 17 de Julho numa só categoria e a iniciar pelas 8h00, terá um percurso que vai começar e terminar na Praça do Independência.

“A partida será na avenida Samora Machel, defronte ao Centro Cultural Franco Moçambicano, seguindo pela 25 de Setembro até à praça Robet Mugabe.

Vamos contornar em direcção à Praça dos Trabalhadores, novamente pela 25 de Setembro, com desvio pela Samora Machel até ao local da partida”, disse Azarias Samuel, em representação da Associação de Atletismo da Cidade de Maputo.

Samuel garantiu ainda que todos os interessados podem participar na prova, desde que tenham idade mínima de 15 anos.

 

ZECA CRAVEIRINHA SATISFEITO

Zeca Craveirinha era o rosto da família e espelho da satisfação dos seus familiares pela homenagem.

Quando a Lurdes me falou que queria organizar esta prova, não acreditei. Mas ela me mostrou que é uma pessoa com palavra. Acredito que esta prova não só servirá para homenagear José Craveirinha, mas igualmente para procurar detectar alguns talentos. Aproveite esta competição não só para ter talentos domésticos, mas encontre atletas da sua dimensão mundial”, desejou Zeca Craveirinha.

 

MUTOLA “IS BACK”

Correu pelo mundo, ganhou quase tudo que havia. Campeã olímpica dos 800 metros em Sidney, Austrália, em 2000, quando a 25 de Setembro venceu a final com o tempo de  1 minuto e 56 segundos, deixando para trás a forte concorrência de Stephanie Graf (Austrália) e Kelly Holmes (Reino Unido).

Mutola esteve, igualmente, em grande plano, ao tornar-se recordista 1000 metros em pista coberta e em pista aberta, tendo ainda o registo do recorde africano dos 1000 metros em pista aberta e o recorde africano dos 800 metros em pista aberta.

A menina de ouro Lurdes Mutola volta ao atletismo por um dia, para homenagear o seu mestre. Afinal, foi que o desviou do futebol para o atletismo.

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