Lurdes Mutola considera que há ausência de líderes no atletismo moçambicano, facto que contribui para a baixa da modalidade, aliada à falta de competições regulares. Para reverter o cenário, a campeã olímpica dos 800 metros sugere que se direccionem mais apoios à modalidade.
Lurdes Mutola é uma das vozes autorizadas quando se fala do atletismo, não só moçambicano, assim como mundial, pois, com o seu talento, deixou a sua marca nas pistas, ganhando vários prémios, com destaque para a conquista olímpica dos 800 metros, em Sidney, Austrália, em 2000.
Mas é sobre o atletismo moçambicano que estão viradas as suas atenções, daí que faz uma radiografia da modalidade. Mutola entende que há, no atletismo moçambicano, ausência de líderes capazes de levarem a modalidade a bom porto.
Esse facto, segundo disse, concorre para que os resultados não sejam animadores e sugere que as pessoas que estão a dirigir os destinos da modalidade, bem assim outras forças vivas, desenvolvam um trabalho abnegado, com vista a dar outro brilho ao atletismo.
“É preciso que haja um trabalho sério para reverter o cenário. A qualidade baixou muito, razão pela qual os resultados têm sido desastrosos”, diz Lurdes Mutola, sublinhando que há muita coisa que está a falhar.
ATLETISMO CARECE DE APOIO
Com o actual estágio da modalidade, para Lurdes Mutola, dificilmente o país terá atletas de alto nível, capazes de darem alegria aos moçambicanos que tanto precisam. Para ela, é preciso também que se mudem os paradigmas, sendo que uma das saídas passa por direccionar mais apoios à modalidade, tarefa que cabe a todos.
Mutola, que falava à margem do lançamento da corrida do Centenário de José Craveirinha, organizada pela Fundação Lurdes Mutola, diz que tem feito a sua parte como forma de dar o seu contributo à modalidade que a colocou nos píncaros da fama.
“Tenho feito a minha parte, através de muitas iniciativas. É verdade que não é o suficiente, mas já é um passo significativo”, explica Mutola, para quem, se cada um fizesse a sua parte, o atletismo moçambicano não estaria a viver de memórias, mas sim de acções relevantes do presente.